Gestão de categorias: é hora de lançar novos produtos?

Para responder de forma rápida e simples a pergunta do título: na minha opinião, não.

Estamos no ano mais atípico do último século, ainda lutando contra uma pandemia que dá sinais de força na Europa e nos Estados Unidos. A economia dá sinais de recuperação, mas são sinais fracos.

Além disso, os hábitos de consumo mudaram com a Covid-19. Os shoppers estão mais conectados que nunca, mas também estão mais sensíveis e inseguros.

Então agora você pode questionar: mas como a Apple lança seu novo modelo de Iphone nessa situação ou, por que a Pepsi vai apostar em um sabor diferente de refrigerante bem agora?

Grandes corporações com operações em diversos países, além de “bala na agulha” para investir, conseguem ter estratégias de criação e lançamento de produtos diferenciadas.

Com isso podem testar novos itens em um mercado para depois lançá-los em outros. Também estão presentes em diversas categorias e, assim, equilibram ações mais arriscadas em uma ponta enquanto mantêm as outras firmes.

Outra explicação pode ser o fato de não terem sido tão abaladas pela pandemia, talvez. Enfim, podem existir inúmeras razões para uma grande empresa querer investir em um novo produto hoje.

Por outro lado, existem bons motivos para quem não é uma multinacional deixar para depois a criação de um novo item.

É o seu caso? Então vamos refletir sobre isso.       

Será que o shopper quer novos produtos?      

Essa é a primeira – e talvez mais importante – pergunta que deve ser feita nesse momento. Sim, a empresa pode estar desesperada por um novo item em sua linha de álcool em gel porque esse se tornou um produto de uso geral na pandemia, por exemplo. 

Mas será que o shopper deseja alguma variante desse produto? Álcool colorido? Com diferentes fragrâncias? Em embalagens de formatos diferentes? As equipes de Marketing e Trade, com certeza, podem surgir com centenas de variações possíveis.

A pergunta permanece: o shopper deseja um álcool em gel diferente?  

Pense no sell-out. É preciso ter a sensibilidade para olhar o mercado e, principalmente, se basear em pesquisas e números para entender se esse novo produto é realmente algo que vai fazer o consumidor tomar a decisão de deixar item que já compra por um novo modelo.

O momento é delicado. O recente relatório Create Tomorrow da consultoria de tendências WGSN mostra que o medo é o sentimento mais globalizado da atualidade por conta da pandemia.

O emocional do consumidor está abalado. Medo e incerteza em relação não apenas à economia, mas à própria vida tem deixado pessoas inseguras no mundo todo. A expectativa de uma segunda onda de contaminação pelo vírus não ajuda em nada.

Oferecer muitas opções pode ser pior para as vendas      

No best-seller A Sutil Arte de Ligar o F*da-se (Intrínseca, 2016), o autor Mark Manson lembra como a cultura consumista ocidental nos estimula a comprar cada vez mais, mas como o excesso de opções atrapalha o processo.

“Basicamente, quanto mais variáveis, menos satisfeitos ficamos com o que escolhemos, porque temos consciência de que perdemos várias opções”, diz.

Ele se refere ao paradoxo da escolha, tema do livro O Paradoxo da Escolha – Por que mais é menos (A Girafa, 2004), do psicólogo Barry Schwartz que defende a redução das opções para o consumidor porque isso diminui sua ansiedade e faz com ele compre mais.

Pense no seu processo de compra. Quando você tem 6, 7 opções de um mesmo tipo de produto você gasta um tempo maior lendo rótulos, pensando nas possibilidades de uso e outras variáveis ao passo de que, diante de apenas duas opções, toma uma decisão mais segura. Ou um, ou outro e pronto.

É preciso manter o foco no produto com maior potencial de venda. Quando voltou para a Apple, em 1997, depois de ter sido afastado da direção da empresa, Steve Jobs tratou de redirecionar a produção focando em alguns produtos apenas.

A Apple não ia bem. Estava fazendo mais do mesmo há um tempo e tinha um estoque enorme acumulado. Jobs reduziu drasticamente o estoque e concentrou os esforços em um novo produto, o iMac. Lançado em 1998, o novo computador revolucionou o mercado mundial de PCs e deu fôlego para a empresa lançar nos seguintes o iPod, o iPhone e o iPad.

Gestão deve considerar a cadeia de suprimentos         

Para a indústria, não basta querer lançar um novo produto. Além de observar o desejo do shopper, como já foi dito, é preciso considerar se o varejista, que em muitos casos, ainda está se recuperando, precisa ou aguenta mais um produto.

Sim, porque não adianta nada criar um novo “super lançamento” se o produto não vai ganhar destaque algum no ponto de venda.

Além, pense como toda a cadeia de suprimentos também está se comportando. Todos os seus fornecedores e parceiros suportam a demanda de um novo produto.

Na última semana li uma matéria no Estadão sobre como a vinícola gaúcha Aurora iria deixar de produzir 300 mil litros de suco de uva por falta de garrafas de vidro para acomodar o líquido.

Veja a gravidade da situação para quem produz. Não adianta ter o suco se não há embalagem. Li notícias semelhantes sobre outros tipos de insumos que podiam faltar agora no fim de ano por causa da crise gerada pela pandemia.

Note que nesse exemplo real nem estamos falando sobre um novo produto. Na última semana escrevi aqui no blog sobre como a inovação deve vir depois do básico. A essência é a mesma.

Pense nisso!  

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Até a próxima semana.  


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